Amphisbaena amethysta (Foto: Thiago Barbosa da Silveira)
Uma nova espécie de Amphisbaena, popularmente conhecida como cobra-de-duas-cabeças, foi descrita por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) a partir de um levantamento faunístico conduzido na Serra do Espinhaço, no município de Caetité (BA). A espécie, nomeada Amphisbaena amethysta, foi identificada por meio dos programas ambientais da BAMIN, definidos pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) através das condicionantes ambientais da Licença de Instalação e Operação do Projeto Pedra de Ferro.
A Amphisbaena, um réptil fossorial, vive predominantemente sob o solo e possui uma aparência que se assemelha a uma serpente, embora não seja perigosa. Esse grupo de répteis desempenha um papel ecológico importante ao se alimentar de pequenos invertebrados. A A. amethysta foi encontrada em uma área de ecótono, uma zona de transição entre os biomas da Caatinga e do Cerrado, em altitudes médias de 1000 metros, e recebeu esse nome devido à localidade onde foi encontrada, “Brejinho das Ametistas”, um distrito ao sul de Caetité conhecido pela extração de ametista, um tipo de quartzo abundante na região.
A espécie foi identificada pela equipe de biólogos responsável pela execução dos programas ambientais da BAMIN, com a parceria de especialistas da área. “Ao nos depararmos com essa espécie pela primeira vez, tentamos identificá-la com base na literatura científica disponível, mas sem sucesso, o que indicava que poderia ser uma espécie desconhecida pela ciência. Após a análise dos especialistas, confirmamos que se tratava de uma nova espécie. A. Amethysta foi diferenciada das outras Amphisbaenas por uma combinação de 11 características morfológicas. Além disso, análises moleculares com fragmentos de DNA confirmaram a nossa suspeita”, explica um dos biólogos responsáveis pela nova descoberta, Thiago Silveira.
Amphisbaena amethysta (Foto: Thiago Barbosa da Silveira)
De acordo com o coordenador de Meio Ambiente da BAMIN, Matheus Benício, a Serra do Espinhaço é uma área rica em biodiversidade, especialmente devido à sua posição geográfica e variações de altitude, que criam ambientes únicos para diferentes espécies.
“Um dos aspectos interessantes da Amphisbaena amethysta é sua capacidade de autotomia, ou seja, a perda da cauda como mecanismo de defesa, que ocorre entre o quarto e o sexto anel caudal. Isso, além de suas características morfológicas, torna essa espécie um importante objeto de estudo para entender a evolução adaptativa de répteis fossoriais.”, complementa Matheus Benício.
Serra do Espinhaço (Foto: Thiago Barbosa da Silveira)
A BAMIN tem desempenhado um papel importante na preservação da fauna local. A empresa mantém uma área de 4.315 hectares de preservação ao redor da Mina Pedra de Ferro.
Segundo Marcelo Dultra, Gerente Geral de Sustentabilidade da BAMIN, a descoberta demonstra como a conservação e a mineração podem caminhar juntas. “Isso é um exemplo claro de que é possível desenvolver atividades econômicas e, ao mesmo tempo, contribuir para a preservação da biodiversidade.O resgate de fauna realizado pela equipe da BAMIN tem sido essencial para garantir que as espécies locais, muitas delas ainda pouco estudadas, sejam preservadas”, conclui.