A BAMIN recebeu, no último sábado (19), em seu escritório em Jequié, os representantes dos grupos participantes do Trilhos do Desenvolvimento durante o evento de premiação do projeto. A iniciativa tem como objetivo engajar jovens na criação de soluções inovadoras para os desafios socioambientais enfrentados pelas cidades e comunidades onde moram, ao longo do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL 1), de Caetité a Ilhéus.
O encontro marcou a escolha das ideias vencedoras que foram propostas pelos jovens durante os últimos três meses, quando eles demonstraram sua criatividade, comprometimento e visão de futuro, propondo alternativas sustentáveis para o desenvolvimento de suas cidades. Entre os temas abordados destacaram-se a geração de novas oportunidades econômicas, o uso eficiente dos recursos naturais e a inclusão social.
“É inspirador ver a capacidade de inovação dos jovens. Esses projetos trazem soluções práticas para problemas que afetam diretamente suas comunidades onde eles vivem, então eles tem conhecimento do que é necessário para mudar essa realidade”, afirmou Marcelo Dultra, Gerente Geral de Sustentabilidade da BAMIN.
Ana Paula Dias e Ramon Chalhoub, Coordenadores de Relacionamento com Comunidades da BAMIN, também destacaram a importância do engajamento dos jovens. “O que vimos aqui foi o comprometimento de cada um com o futuro da sua região. Estamos muito felizes com os resultados e temos certeza de que essas ideias serão transformadoras”, disse Ana Paula. Para Ramon. é fundamental que os jovens sintam que têm um papel importante na construção de soluções para os problemas locais. “O que esses grupos mostraram é que, com apoio e orientação, eles são capazes de transformar a realidade”, analisa.
(Foto: Laiana Matos/BAMIN)
Propostas vencedoras
Desde o início do programa Trilhos do Desenvolvimento, em agosto, 109 jovens foram divididos em 13 grupos, distribuídos entre os quatro lotes da FIOL 1. Nas etapas iniciais, eles participaram de capacitações, seminários e mentorias, desenvolvendo habilidades técnicas e estruturando ideias. As propostas foram selecionadas por uma banca avaliadora formada por representantes da BAMIN e da ONG CIEDS, além de uma votação interna na intranet da empresa, onde todos os funcionários puderam também fazer a escolha entre os pré-selecionados. Os grupos vencedores agora receberão recursos para implementar soluções, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades ao longo da FIOL 1.
A ideia vencedora do Lote 1, propôs uma iniciativa focada no fortalecimento da cadeia do cacau. O grupo é de Uruçuca e trouxe a ideia de capacitar jovens e mulheres para se tornarem protagonistas na produção de derivados do cacau, gerando novas oportunidades de renda e fortalecendo a sucessão familiar nas zonas rurais da região. A proposta visa criar um ciclo sustentável, com resultado direto na geração de renda para as famílias locais. “Será incrível dar voz a essa cadeia de agricultores familiares. São pessoas que muitas vezes são invisíveis no mercado, mas que, com esse projeto, terão a oportunidade de serem vistas e valorizadas”, destacou Luciano Souza, 35 anos, representante do grupo.
No Lote 2, o grupo vencedor é de Jequié e apresentou o projeto “As Portas das Experiências”, que visa desenvolver competências como a elaboração de currículos e a educação empreendedora, capacitando os jovens a alcançarem autonomia financeira e se tornarem protagonistas em suas comunidades. A ideia surge como uma resposta ao êxodo da juventude na região e visa promover um caminho de desenvolvimento pessoal e profissional. Carolina Mendes, 26 anos, que representou o grupo na premiação, conta que foi a partir de uma ação parecida com a que seu grupo propôs que ela conseguiu seguir o seu caminho, se graduar em matemática e agora estuda física. Ela quer que seu exemplo se multiplique dentro de sua comunidade a partir do projeto apresentado. “Ver uma ideia que nasceu de sonhos, desafios e muita dedicação se transformar em realidade é uma ótima sensação. Isso nos motiva a continuar e a acreditar que essa conquista é só o começo de algo ainda maior”.
Já no Lote 3, o grupo de Tanhaçu que venceu o Trilhos do Desenvolvimento trabalhou com a descontaminação de nascentes, um tema importante para a região que sofre com a escassez de água. A proposta inclui ações de conscientização ambiental e soluções sustentáveis para o tratamento de resíduos e uso responsável dos recursos hídricos, com o objetivo de garantir o acesso à água de qualidade para as populações rurais. Ian Cruz, 20 anos, representante da ideia contemplada, destacou a interação com os jovens de outras regiões durante o evento. “O encontro com esses jovens nos mostrou que todos compartilhamos o desejo de transformar nossa realidade. Esse projeto é essencial para dar voz à juventude e garantir um futuro mais sustentável”.
Por fim, a equipe vencedora no Lote 4 é de Caetité e propôs a construção de hortas agroecológicas, promovendo o uso eficiente da água, reciclagem de resíduos e produção de alimentos orgânicos. A iniciativa buscará integrar sustentabilidade ambiental com segurança alimentar, promovendo uma agricultura consciente e acessível para as famílias da comunidade. “Quando anunciaram nosso projeto, a emoção foi imensa. Conseguir o recurso foi uma grande vitória e agora estamos prontos para seguir em frente com ainda mais força e dedicação”, comemorou Larissa Silva, 18 anos, sem conter a alegria.
(Foto: Laiana Matos/BAMIN)
Próxima etapa
Agora, os grupos vencedores seguem para uma nova fase do projeto: o acompanhamento contínuo e mentorias especializadas para o desenvolvimento e a prototipagem de suas soluções. O Trilhos do Desenvolvimento faz parte das condicionantes ambientais do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL 1).